Na França é
crime contestar a versão oficial do holocausto judeu.
No Japão, a
divulgação de qualquer notícia ou crítica sobre Fukushima, é crime passível de pena de até
dez anos.
O conceito de
whiteblocs, ora difundido pela internet, é amplíssimo. Qualquer cidadão, indo
da extrema-direita a extrema-esquerda, passado pelo centro, centro-direita,
centro-esquerda, apolíticos, alienados, coxinhas e empadinhas, etc., podem ser
enquadrados no vastíssimo e genérico conceito. Uma pérola fascista!
Mais afinal o
que é um whiteblocs? É a versão on line dos blacks blocs, ou seja, arruaceiros,
desordeiros, fascistas, espancadores de policiais, e mais uma gama de adjetivos
nenhuns pouco lisonjeiros.
Com o tempo,
passei a não acreditei na democracia, pois, a que temos é um rascunho, um
arremedo, da "verdadeira": votar e consumir. Na verdade, mesmo esse
rascunho, só vale se as regras da extrema-direita estiverem valendo, e se os
seus representantes estiverem ganhando o jogo. Caso contrário, ela é detonada
em nome da... Democracia, modelo estadunidense, o único que pode existir no
mercado, no mundo, senão é bomba na cabeça, é de fósforo branco.
Os exemplos são
gigantescos, o golpe fascistas de 64, no Brasil; o golpe de 2002, na Venezuela;
a tentativa de golpe, na mesma Venezuela, que está acontecendo hoje, sob nossos
olhos; Honduras, Paraguai, Ucrânia[1], etc.
Demonizam-se os
black blocs, tanto a direita, com a finalidade de criminalizar todo o movimento
social civil organizado; quanto a esquerda, pelos mesmos motivos da direita e
para que as manifestações na afetem a reeleição da presidenta Dilma.
Afinal, não pode
haver manifestações de insatisfação nas democracias? Pode, responderão, mas
pacíficas. Pausa para rir. Respondo, então: ensinem as polícias militares a
serem pacíficas, a respeitar os direitos humanos, os manifestantes e o
seu direito de protestar. Polícias estas que não estão nem aí para os governos
estaduais, a não ser os de direita, por identificação ideológica, como por
exemplo, o do Estado de São Paulo, reduto mais reacionário do país, onde seus
comandantes supremos são os chefes dos executivos; e muito menos para o governo
federal, que não paga seus salários. Por sinal, um salário de fome! Exceção
para os salários dos oficiais.
O governo Dilma,
como é do conhecimento até dos bebinhos do Mercado da Vista e do Copo Sujo, deu
as costas a esses movimentos, e por conta da “governabilidade” e do
“pragmatismo”, aliou-se as forças mais retrógradas do nosso país, da nossa
sociedade, a exemplo do agronegócio.
Encontramos
uma definição de whiteblocs no artigo do professor Wanderley
Guilherme dos Santos, portal Carta Capital, um excelente articulista,
que admiro e respeito, mas, que foi infeliz nesta produção: “A nova
era da violência” [2], um artigo raivoso que considera qualquer crítica
aos governos trabalhistas como uma heresia a ser punida.
Ainda em relação
ao artigo, é de se informar, para aqueles que tiverem a curiosidade de
lê-lo, que na época ditadura de 64, mesmo aqueles que faziam críticas a
"ditabranda" da Folha de São Paulo, não tinham espaço na imprensa
para divulgá-las.
Outra coisa, à
época da ditadura não existia a internet, que é um espaço plural, ao alcance de
qualquer um que queira se pronunciar, e não é preciso ser um intelectual não,
pode ser até quem não conheça bem a nossa língua, tenha dificuldade de se
expressar, pois assim estaríamos sendo excludentes, na verdade TODOS têm o
direito de falar, escrever, de se expressar, o que não é bem visto pela grande
imprensa não livre, desde o doutor ao lixeiro, passando pelo jornalista e
donos(as) de casa.
No artigo a
falácia argumentum ad hominem, é largamente utilizada, o que
descredencia toda a argumentação. A considerarmos o conceito de whiteblocs no
texto do professor Wanderley, ouso acrescentar raivoso e preconceituoso,
jornalista e pensadores tais quais Azenha, Nassif, Idelber Avelar, Maurício
Caleiro, Atilo Bóron, Gilson Sampaio, Brasil de Fato, etc. etc. etc., seriam enquadrados como whiteblocs, por falta de
clareza do texto.
Seria
interessante ressaltar, ainda, dois aspectos, antes de criminalizarmos os
manifestantes em sua totalidade: (i) nem todos os manifestantes são black
blocs. Muitos são coxinhas, fascistas e agentes infiltrados (P2), com o único
objetivo de fazerem baderna e confusão; (ii) A polícia é responsável por muito
mais agressões, são treinadas para isso, o que é sabido por qualquer
observador, até os menos atentos, do que os manifestantes, e neles incluídos o
subgrupo dos black blocs.
Todo e qualquer
conceito, para ter credibilidade, e por honestidade intelectual, deve ser bem
claro, objetivo, não deixar margens para dúvidas, sob pena de fogo amigo,
entres outras, muitíssimas, consequências.
******
[3] Tentei
postar, hoje, 23/02/14, entre às 13:00 e 13:37 horas, o comentário abaixo no portal da Carta Capital, mas não
consegui:
"Com todo o
respeito e admiração ao professor Wanderley, achei o artigo confuso,
diferentemente de outros excelentes artigos de sua lavra. O uso, reiterado, da
falácia argumentum ad hominem, prejudica, e muito, a argumentação. Há que se
separar, para que fique bem claro ao leitor, os críticos dos governos
trabalhistas, à direita e à esquerda. Todos são whiteblocs? Por acaso é crime
criticar tais governos? Tenho várias críticas a eles, todas sob o olhar da
esquerda, mesmo assim votarei em Dilma novamente, mas, ressalte-se, por falta
de uma opção mais a esquerda. A criminalização dos movimentos sociais, e mesmo
dos black blocs, é nociva a quaisquer governos progressistas. Os que não querem
diálogos são os coxinhas, os fascistas e os P2s. No final da leitura, nenhuma
crítica às forças de repressão. Afinal, as polícias militares são compostas,
apenas, de homens santos? E os manifestantes, incluídos aí os black blocs,
apenas de demônios desordeiros?"
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