Marinaleda

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RESIGNAR-SE, NUNCA!

segunda-feira, 3 de julho de 2017

A lista tríplice do MPF e o republicanismo de merda dos Governos Lula e Dilma



Todos conhecem Temer. Não é mais necessário adjetivá-lo. O que penso de Temer é o que todos que o rejeitam pensam. Só não sabe quem é Temer os que não o querem saber.

Golpista – e traidor – é como vai ser conhecido pela História. Destruidor de um Estado minimamente preocupado com a desigualdade social será sua outra face. Inepto, ambicioso, egoísta, corrupto, etc.

Mas, o que Temer fez, ao indicar Raquel Dodge para o cargo de Procuradora-Geral da República, e não o primeiro colocado na lista tríplice do MPF, foi um acerto político. Merece palmas. É assim que se faz política. Política não é uma competição para se eleger um Santo que abençoado por Deus vai resolver todos os problemas de um país.

Geraldo Brindeiro, indicado por FHC, por oito anos, foi o sétimo da lista.

E não foi isso que o PT fez, nem em relação as escolhas dos procuradores-gerais, nem em relação as nomeações para o STF.

Tivesse o PT aparelhado – sim, todo mundo aparelha, só não o faz quem é burro – o STF o golpe nunca teria passado. Mas, não, em nome de um republicanismo alienígena nomeou inimigos dos seus projetos sociais, dentre outros, Dias Toffoli, Luiz Fux e Joaquim Barbosa.

Os presidentes não tinham assessoria? Por não consultaram, se eram incompetentes, a AJD?

Onde está escrito que o Presidente da República deve indicar o primeiro da lista tríplice? Dizem alguns que é um acordo de cavalheiros desde 2003.

Vejamos os indicados por Lula e Dilma, o primeiro foi Cláudio Lemos Fonteles, para este eu bato palmas; mas, os demais, Antonio Fernando de Souza, Roberto Gurgel e Rodrigo Janot, eram pessoas que (i) não tinha nenhuma simpatia pela plataforma dos governos Lula e Dilma, (ii) perseguiram o PT e as esquerdas tanto no mensalão quanto na lava jato, (iii) buscavam dar satisfação das suas ações aos seus eleitores e não a massa de milhões de eleitores que votaram no governos trabalhista.

Pesquisem sobre esses personagens e veja como tinham lado. Na verdade, todos nos temos lados. Por isso os indicados deveriam ter lado, o lado do povo, o lado de um projeto que queiria distribuir renda, uma coisa mínima, bem longe, muito longe do Estado do Bem Estar na Europa ocidental.

Um acordo de cavalheiros nos ferrou. A direita ri. A população sofre. As esquerdas são perseguidas.

Veja no que se transformou o MPF, um monstro, que sem votos quer engolir a Democracia e o Estado Democrático de Direito. Procuradores ganhando salários superiores aos permitidos pela Constituição, perseguindo políticos de esquerda, demonizando a política, etc. É a essa categoria – repito, sem voto e sem respeito pela Constituição – que os Governos Lula e Dilma referendavam e abriam mão de um projeto popular?

Juntos, MPF e Moro, através da Lava Jato, destruíram a economia brasileira.

Por isso Temer fez a coisa certa. Parabéns pera ele. Lista tríplice que nada. A indicação é exclusiva do Presidente da República.

Aliás, Temer contou com a ajuda do Procurador-Geral indicado por Dilma, de forma republicana, e do Supremo, onde 8 dos ministros atuais foram indicados por Lula e Dilma, também de forma republicana, para abençoaram o golpe de Temer e companhia, que nada teve de republicano.

No Supremo quem manda é Gilmar Mendes, indicação perfeita, de FHC, para o projeto tucano de destruição do Brasil. O homem certo no lugar certo. Independente de quem está na presidência do STF, todos têm medo de Gilmar e batem palmas – ou calam-se, o que é pior – para as suas atitudes políticas quem vão de encontro ao que se espera de um juiz minimamente isento.

É a isso que alguns chamam de republicanismo mamão com açúcar dos governos petistas. Prefiro um nome mais agressivo, mais forte, malcheiroso, que retrate a burrice dos seus protagonistas, prefiro republicanismo de merda.

Como pessoas como Eugênio Aragão, Kenarik Boujikian, Siro Darlan, Tutmés Airan de Albuquerque Melo, etc., etc., etc., NUNCA foram indicadas para o STF ou, no caso de Eugênio Aragão, também, para o cargo de Procurador-Geral?

Fosse eu, o Presidente da República, ao receber a liste tríplice enviada pelo MPF a transformaria em papel higiênico.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Não consigo sentir empatia pelo inimigo


Preciso confessar. Está engasgado na minha garganta. Preciso falar, até para mim mesmo e aproveitar as minhas palavras como forma de progredir como ser humano.

Sou um homem de esquerda. Aprendi a ser feminista. Não abro mão dos meus sonhos de uma sociedade justa, mesmo diante da morte.

Cheio de falhas, vou evoluindo constantemente ou penso que sim.

De repente me pego em falha ética, pois, ao contrário da GRANDE maioria dos amigos, jornalistas, blogueiros, etc., pessoas de esquerda, pessoas que admiro e aprendi a ouvir/ler, não consigo sentir empatia pela jornalista Raquel Sheherazade.

Reconheço que ela sofreu assédio moral. Tomará alguma providência? Duvido.

Claro que Sílvio Santos não poderia tratá-la da forma que a tratou, nem a ela nem a ninguém. Mas ela tem opção, por que não reagiu? E o que ela esperava receber de um espécime de pessoa como o “patrão”? Ela tão arrogante e violenta com os esquerdistas é uma cordeirinha vendida por um gordíssimo salário.

Não é surpresa para ninguém, que Sílvio Santos humilhou, humilha e continuará humilhando calouros, jurados, mulheres do seu auditório, travestis que lá vão se apresentar, etc., mas, nunca vi uma indignação tão GRANDE como a que está se vendo com esculhambação do patrão à empregada famosa.

Não vi/ouvi, nem na TV, que há mais de 20 anos não assisto, nem na internet as merdas que Sílvio Santos falou para ela, apenas li transcrições.

Não gosto de ver ninguém ser humilhado, mesmo aquelas pessoas por quem tenho ojeriza. Não me sinto bem. Fico constrangido. Indignado.

A verdade é não vejo Sheherazade como mulher, socialmente falando, “ninguém nasce mulher...”, ou como empregada. Duvido que, na sua ânsia por poder, prestígio e dinheiro ela fosse defender o indulto às mulheres, negras e periféricas, em sua grande maioria presas por porte de drogas. Duvido, novamente, que reconheceria o direito de greve dos empregados do SBT, se fosse o caso.

Pergunto-me por que ela, a Sheherazade se passa, como mulher, jornalista e ser a porta-voz da intolerância? Para mim é simplesmente por fama e dinheiro. Não admiro esse individualismo. Não posso ser solidário a tal figura nefasta só por que ela é mulher.

Todos os dias, para quem a assistiu, ela, com suas falas hidrófobas, humilhava os marginalizados, os mais frágeis, e dentre os mais frágeis estão as mulheres. No entanto, foi tão passiva diante do bilionário branco… cadê a sororidade, Raquel?

“Mexeu com uma mexeu com todas” para mim não é argumento suficiente para defender ou sentir empatia por Raquel Sheherazade.

Estou sendo bem sincero e me expondo a críticas junto às pessoas que admiro, pessoas de esquerda, claro.

No momento em que ela, usando uma concessão pública, destilava seu ódio contra os marginalizados, a soldo do Sílvio, ali ela era toda poderosa e arrogante. Não havia limites para os seus arroubos, claro, que com a autorização do todo poderoso do SBT.

Vítimas da sociedade patriarcal somo todos nós, principalmente, claro, as mulheres. Dentre as mulheres as mais frágeis socialmente. As com os piores empregos, as mães que cuidam só dos filhos, abortados pelos pais, as presas por porte de drogas, as periféricas, as negras, as lésbicas, as travestis, as trans. Sou solidário a todas, mas não consigo sentir empatia pela jornalista.

Peço perdão aos que discordam de mim. Sou falho, rancoroso, humano, demasiado humano. Não sou perfeito, ao contrário.

Nunca perderia o meu tempo e minha pena em solidariedade a ela. Ela é minha inimiga. Bolsonaro é meu inimigo. Os EUA, o Bradesco, Temer, Moro são todos meus inimigos. Meu tempo e minha pena são solidário com os 99%, não com escrotos.

Admiro a todos que a defenderam, dentre eles, Cynara Menezes, Nelson Barbosa, Elika Takimoto, mas, não alcanço a sabedoria dos mesmos.