Leviatã
Antes do advento da internet, nossas “armas” contra a grande
imprensa corporativa burguesa, jornais e revistas, eram as cartas da seção
“cartas dos leitores”, podem rir. Nunca consegui que uma única carta minha
fosse publicada.
Os jornais e revistas impressos estão com seus dias
contados; em breve, quiçá, também as TVs abertas sigam os mesmos caminhos.
Não que o mundo da web seja um bloco único progressista; mas
lá, podemos não ser a maioria, mas nossas vozes incomodam, e muito, e isto é
bom. E fez-se o terceiro parágrafo...
Com mais informações disponíveis, a clareza da manipulação e
farsa da democracia capitalista cristã,
vai ficando cada vez mais clara; a partir daí, os próximos passos são a
destruição desta farsa, ou, por opção, continuarmos na barbárie mundial em que
vivemos, como já havia profetizado Rosa de Luxemburgo.
Dentre os vários mitos desta democracia, teceremos alguns comentários sobre três deles, claro,
lógico e evidente, sem a intenção de “fechar” o assunto, mas, ao contrário, de servir
de base para reflexões mais profundas.
Seria, talvez, desnecessário alertar para o não “fechamento”,
ou esgotamento, de qualquer assunto, o que caracterizaria, com certeza, um
autoritarismo intelectual, que não tenho, nunca tive e nunca terei; mas, vale a
penar pecar por excesso, mais ainda
quando se trata de bebidas e sexo.
Brincadeiras a parte, destaquemos três desses mitos, de
forma levemente teórica e embasada em fatos atuais acontecidos em nosso país.
A justiça imparcial
A justiça no Estado burguês sempre foi apresentada como
imparcial, principalmente quando confrontada com a justiça, como instituição,
nos países não alinhados com o grande capital.
Na verdade, basta uma leve pesquisa sobre os dados
prisionais no Brasil, por exemplo, via OAB, para verificarmos que, hoje e sempre, a grande maioria dos
presos são negros e pardos, pobres, cujos crimes são cometidos, comumente, por
estes estratos.
Os chamados “crimes de colarinhos brancos”, em regra, não
são punidos a tempo, nem a contento, além do que, têm penas menores que os
crimes pequenos, pois os seus realizadores – “elementos”? – pertencem aos
estratos mais privilegiados da nossa sociedade. Podendo, desta forma, contratar bons advogados,
bem como, em último caso – não por uma questão ética, mas pragmática, de
economia – corromper funcionários públicos, cujas atribuições estatais são
justamente fazer a justiça funcionar.
Exemplo típico configura a impunidade de Daniel Dantas.
Outro exemplo, o espetáculo do chamado “mensalão”, onde o
Ministro Joaquim Barbosa age como um Imperador, sem respeito aos outros poderes
da república, ao poder que representa e a sociedade civil; e sem que existam mecanismos
jurídicos ou controles sociais, efetivos, que possam impedi-lo de assim agir.
A justiça, além de não ser justa com os ricos, é injusta com
os pobres, sendo, pois, classista; e não tem controle efetivo, de espécie
alguma, que possa “colocá-la” nos trilhos da democracia capitalista cristã.
O Estado laico
É uma enganação a questão da efetividade do secularismo no
Estado burguês; simples e diretamente, a ninguém, medianamente informado, esta
mentira engana. Temos, claramente, a imposição dos ideários cristãos, não exclusivamente
aos seus membros e igrejas, mas a toda uma sociedade que, formada não só por
cristãos, mas de diversas outras crenças – destaque para as religiões de
matizes africanas que são perseguidas, não apenas de forma difamatória, mas
fisicamente, com a invasão de seus espaços físicos, etc. – mas também de não
crentes, mormente de agnósticos, ateus a não religiosos.
Nos períodos eleitorais, com o financiamento massivamente
privado das campanhas: um câncer, que destrói qualquer possibilidade de democracia, em direção a todos os polos políticos,
que tenham alguma condição de “vencer” os pleitos, é quando se notam, mais
claramente, a força e a influencia destas igrejas, hoje e sempre, transformadas em lucrativos negócios – para
desespero de Lutero e palmas de Calvino, teoricamente, claro – bem como se exacerbam
os exemplos de subserviência de políticos para não desagradá-las, do contrário,
correm o perigo de perdas substanciais de votos.
Os fenômenos, Marcos Feliciano e os padres “xuxas”, a
exemplo de Marcelo Rossi, são as pontas dos icebergs a indicar a influência
destes segmentos religiosos no Estado burguês, a mercê da balela do Estado
laico.
A liberdade de
imprensa
Esta é file. A grande imprensa sempre se filiou ao que de
mais retrógrado existe na sociedade, pois, seus proprietários, sempre
pertenceram as elites financeiras do país, ou a elas se filiaram.
A despeito do grande diferencial entre os governos da elite
financeira, representados aqui no Brasil, atualmente, principalmente pelo PSDB,
e os governos trabalhistas, a favor destes últimos, e mesmo sob a única ótica
dos resultados requeridos pelo capitalismo, a grande mídia mente e destorce
fatos, criando não matérias, mas boatos; assassinando reputações; planejando
golpes aos eleitos via votos, apenas em nome de uma linhagem branca, rica e
fascista. Apenas em nome do ódio de classe.
Um verdadeiro atentada a chamada liberdade de imprensa aconteceu, e está acontecendo, com a prisão
do jornalista Marco Aurélio Flores Carone, dono
do Novo Jornal. No entanto, a imprensa televisa, falada, escrita e o diabo a
quatro, não “consegue” se indignar com o fato.
Nem mesmo as diligentes ONGs de
plantão, principalmente as estrangeiras, tão a disposição a defender tudo e
algo mais, colocaram a boca no trombone para denunciar os arbítrios da justiça
mineira. Fosse um governo petista...
PRÓXIMO ARTIGO:
- A federalização dos tribunais de contas dos estados e municípios
REBLOGADO EM:
muito bom poeta, análises coerentísssimas.
ResponderExcluirValeu, Chico!
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