Marinaleda

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RESIGNAR-SE, NUNCA!

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O Estado burguês e os mitos da democracia capitalista cristã

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Leviatã

Antes do advento da internet, nossas “armas” contra a grande imprensa corporativa burguesa, jornais e revistas, eram as cartas da seção “cartas dos leitores”, podem rir. Nunca consegui que uma única carta minha fosse publicada.

Os jornais e revistas impressos estão com seus dias contados; em breve, quiçá, também as TVs abertas sigam os mesmos caminhos.

Não que o mundo da web seja um bloco único progressista; mas lá, podemos não ser a maioria, mas nossas vozes incomodam, e muito, e isto é bom. E fez-se o terceiro parágrafo...

Com mais informações disponíveis, a clareza da manipulação e farsa da democracia capitalista cristã, vai ficando cada vez mais clara; a partir daí, os próximos passos são a destruição desta farsa, ou, por opção, continuarmos na barbárie mundial em que vivemos, como já havia profetizado Rosa de Luxemburgo.

Dentre os vários mitos desta democracia, teceremos alguns comentários sobre três deles, claro, lógico e evidente, sem a intenção de “fechar” o assunto, mas, ao contrário, de servir de base para reflexões mais profundas.

Seria, talvez, desnecessário alertar para o não “fechamento”, ou esgotamento, de qualquer assunto, o que caracterizaria, com certeza, um autoritarismo intelectual, que não tenho, nunca tive e nunca terei; mas, vale a penar pecar por excesso, mais ainda quando se trata de bebidas e sexo.

Brincadeiras a parte, destaquemos três desses mitos, de forma levemente teórica e embasada em fatos atuais acontecidos em nosso país.

A justiça imparcial

A justiça no Estado burguês sempre foi apresentada como imparcial, principalmente quando confrontada com a justiça, como instituição, nos países não alinhados com o grande capital.

Na verdade, basta uma leve pesquisa sobre os dados prisionais no Brasil, por exemplo, via OAB, para verificarmos que, hoje e sempre, a grande maioria dos presos são negros e pardos, pobres, cujos crimes são cometidos, comumente, por estes estratos.

Os chamados “crimes de colarinhos brancos”, em regra, não são punidos a tempo, nem a contento, além do que, têm penas menores que os crimes pequenos, pois os seus realizadores – “elementos”? – pertencem aos estratos mais privilegiados da nossa sociedade. Podendo, desta forma, contratar bons advogados, bem como, em último caso – não por uma questão ética, mas pragmática, de economia – corromper funcionários públicos, cujas atribuições estatais são justamente fazer a justiça funcionar.

Exemplo típico configura a impunidade de Daniel Dantas.

Outro exemplo, o espetáculo do chamado “mensalão”, onde o Ministro Joaquim Barbosa age como um Imperador, sem respeito aos outros poderes da república, ao poder que representa e a sociedade civil; e sem que existam mecanismos jurídicos ou controles sociais, efetivos, que possam impedi-lo de assim agir.

A justiça, além de não ser justa com os ricos, é injusta com os pobres, sendo, pois, classista; e não tem controle efetivo, de espécie alguma, que possa “colocá-la” nos trilhos da democracia capitalista cristã.

O Estado laico

É uma enganação a questão da efetividade do secularismo no Estado burguês; simples e diretamente, a ninguém, medianamente informado, esta mentira engana. Temos, claramente, a imposição dos ideários cristãos, não exclusivamente aos seus membros e igrejas, mas a toda uma sociedade que, formada não só por cristãos, mas de diversas outras crenças – destaque para as religiões de matizes africanas que são perseguidas, não apenas de forma difamatória, mas fisicamente, com a invasão de seus espaços físicos, etc. – mas também de não crentes, mormente de agnósticos, ateus a não religiosos.

Nos períodos eleitorais, com o financiamento massivamente privado das campanhas: um câncer, que destrói qualquer possibilidade de democracia, em direção a todos os polos políticos, que tenham alguma condição de “vencer” os pleitos, é quando se notam, mais claramente, a força e a influencia destas igrejas, hoje e sempre, transformadas em lucrativos negócios – para desespero de Lutero e palmas de Calvino, teoricamente, claro – bem como se exacerbam os exemplos de subserviência de políticos para não desagradá-las, do contrário, correm o perigo de perdas substanciais de votos.

Os fenômenos, Marcos Feliciano e os padres “xuxas”, a exemplo de Marcelo Rossi, são as pontas dos icebergs a indicar a influência destes segmentos religiosos no Estado burguês, a mercê da balela do Estado laico.

A liberdade de imprensa

Esta é file. A grande imprensa sempre se filiou ao que de mais retrógrado existe na sociedade, pois, seus proprietários, sempre pertenceram as elites financeiras do país, ou a elas se filiaram.

A despeito do grande diferencial entre os governos da elite financeira, representados aqui no Brasil, atualmente, principalmente pelo PSDB, e os governos trabalhistas, a favor destes últimos, e mesmo sob a única ótica dos resultados requeridos pelo capitalismo, a grande mídia mente e destorce fatos, criando não matérias, mas boatos; assassinando reputações; planejando golpes aos eleitos via votos, apenas em nome de uma linhagem branca, rica e fascista. Apenas em nome do ódio de classe.

Um verdadeiro atentada a chamada liberdade de imprensa aconteceu, e está acontecendo, com a prisão do jornalista Marco Aurélio Flores Carone, dono do Novo Jornal. No entanto, a imprensa televisa, falada, escrita e o diabo a quatro, não “consegue” se indignar com o fato.

Nem mesmo as diligentes ONGs de plantão, principalmente as estrangeiras, tão a disposição a defender tudo e algo mais, colocaram a boca no trombone para denunciar os arbítrios da justiça mineira. Fosse um governo petista...

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