Marinaleda

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RESIGNAR-SE, NUNCA!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

Os militares, os robôs e as pensões na nova fase do capitalismo


Em tempos distópicos, acelerados com a eleição de Bolsonaro e uma agenda fundamentalista, tanto nos costumes (educação, religião, etc.) quanto na economia (escola de Chicago), passamos a ter uma sensação, inclusive física, com o aumento da intolerância e da violência, que os fins dos tempos chegaram e que a humanidade falhou no seu projeto de civilização, mas, por incrível que pareça, o buraco é mais embaixo.

Para nós brasileiros, com a possível e provável extinção de todos os direitos trabalhistas e com o fim da previdência pública, uma guerra contra a Venezuela, a mando dos EUA, nos transformará num inferno, portanto, o buraco não tem fim.

Em tempos de desemprego em alta, vislumbrasse num futuro próximo uma maior escassez dos mesmos com o desenvolvimento de robôs cada vez mais inteligentes, substituindo a mão cheia os trabalhadores humanos (1) e forçando os salários para baixo (2).

A cada nova geração de robôs – que pode ser menor que um ano calendário – mais empregos e mais baixos salários vão sendo acumulados na conta negativa da humanidade, pois, pelo andar da carruagem da história nós nos mostramos insensíveis com a condição daqueles mais necessitados, por isso, guerras, desemprego, fome e doenças não são suficientes para sensibilizar os 1% mais ricos do planeta (3).

Até em relação ao sexo os robôs já estão competido com os humanos (4). Portanto, nenhuma profissão hoje existente está livre de ser substituída por robôs. Até e medicina será mais segura e eficiente – para os que possam pagar por ela – quando for exercida por máquinas inteligentes e que não erram.

Por que então haveria a profissão de polícia ou soldado ficar a salva da evolução tecnológica?(5) Ao contrário, é só da uma busca no Google que você saberá que países como EUA, Rússia e China estão investindo maciçamente em soldados robóticos, assim como em drones que de maneira mais segura e eficiente substituirão soldados humanos.

Soldados humanos são caros, facilmente eliminados, sofrem com os efeitos das guerras, têm sequelas físicas e mentais, o que tem como conseqüência gastos elevados com saúde. Enquanto vivos recebem salários, mortos geram pensão para seus dependentes.

“Como faço para manter a autoridade sobre minha força de segurança após o evento?  Esta pergunta foi feita ao pensador Douglas Rushkoff por um grupo de milionários.(6) E por que foi feita? Por que a “minha força de segurança” é composta por humanos que precisam de recompensas como salário, proteção, reconhecimento, etc. E quando os robôs passarem a ser essa “minha força de segurança”? Todas as recompensas serão desnecessárias, os gastos serão reduzidos e os lucros aumentarão.

Essas minhas considerações vieram a tona em vista da reforma da previdência pública que o governo Bolsonaro quer realizar. Na verdade não se trata de reforma, mais de destruição da previdência pública (7) que passará a ser parte do butim dos Bancos que sugarão, para nunca mais devolver, toda a poupança feita pela população, inclusive o FGTS.

Talvez fique fora da reforma os militares e juízes, talvez, mas é bem provável. Mas um dia, não digo os juízes que são filhos das elites, mas policiais e militares de baixa patente serão, com certeza, substituídos por máquinas e não terão mais necessidades de receber a proteção social que hoje recebem.

Segundo o Ministério da Defesa (8) em 2013 o Brasil possuía um quantitativo de 359.386 militares, incluindo, Marinha, Exercito e Aeronáutica e excluídos os policiais militares, quantos destes serão necessários para conduzir robôs cada vez mais sofisticadíssimos que a cada dia substituem mais a mais seres humanos? Talvez 10% (por cento) e todos com a patente de oficiais e altamente capacitados tecnologicamente.

Infelizmente os militares brasileiros – principalmente os do Exército, que são os que mais barbaridades alardeiam – não são patriotas. Só uma pequena parte, – sem voz – talvez. E o digo por que – e esta é a sua maior missão, constitucional inclusive – não protegem as nossas riquezas. O pré-sal está sendo vendido a preços ridículos; (9) empresas de base qual a Embraer vendida a Boeing; projetos, como o submarino atômico e os caças suecos, abandonados; o Aquífero Guarani, que provavelmente será comprado pela Nestlé, etc., nada é motivo de preocupação dos militares brasileiros, que, com uma agenda da antiga guerra fria, estão mais preocupados em dizer que a ditadura de 64 não foi ditadura (10), ao invés de pedirem desculpas ao povo e passarem a uma nova página da história, invocam fantasmas dos quais deveriam se envergonhar.

O que deveria diferenciar o militar de outro servidor público ou de um civil era apenas a farda, ou seja, as funções desenvolvidas; sem farda o militar é apenas um cidadão comum como todos nós outros, com desejos, medos, necessidades e humano, demasiadamente humano quanto qualquer um nascido no planeta.
Hoje não, mas amanhã com certeza, os militares serão excluídos pela elite financeira mundial, e serão descartados, como são os demais trabalhadores, pelo avanço tecnológico, e ai, sem mais as forças das armas, não servirão nem para força auxiliar dos EUA (11) quanto mais para defensores de uma pátria falida.

Ainda há tempo. E o inimigo vem do norte.
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