Morei na
cidade do Cabo de Santo Agostinho, dos sete aos doze anos de idade, litoral sul
de Pernambuco, cidade da qual faz parte a praia de Gaibu - hoje totalmente
desfigurada pelo "progresso" -, que é um tema recorrente em meus
poemas.
Naquela
época havia muitas festas de rua, às quais aguardávamos com muita ansiedade: estante
de tiros; roda gigante, etc.
Era um
programão e tanto para os pré-adolescentes, com seus hormônios vulcânicos em
ebulição, dentre estes, eu.
Nestas
festas sempre havia as rádios improvidas que tocavam músicas para alegrar as
brincadeiras.
Podíamos,
inclusive, a um preço bem módico, solicitar uma música é dedicá-la a uma menina
pela qual estávamos apaixonados e que a timidez não nos permitia, cara a cara,
fazer uma declaração.
Suávamos,
de ansiedade, esperando a música escolhida, com a dedicatória - de fulano para
sicrana -, tocar e ver a reação da nossa amada.
Pois,
bem, estamos novamente em uma "festa", para a qual o povo não foi
convidado.
Existe um
golpe, em pleno vigor em nosso país (2016), financiado pelos rentista
internacionais, com o auxílio da nossa elite racista e parasitária, e o povo
vai pagar a conta, uma conta muito salgada.
Dedico
esta música, não com amor, mas, com ódio e desprezo, ao STF golpista, traidor
da pátria e apodrecido.
O locutor informa, com sua voz impostada:
- E agora uma música, de Itárcio para o STF: Canalha, de Bezerra da
Silva.
Quando um
dia vier uma revolução deveremos extirpar esses cânceres, herança da ditadura
fascista de 1º de abril de 64 e, criar instituições democráticas que tenham por
objetivo o bem-estar de todos e não apenas de castas.
Saudades da minha infância. Tristes dias estamos vivendo.
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