Eu posso ser feliz com o meu corpo
A sociedade capitalismo, orácula do pensamento único, impõe modelos a todos os aspectos
da nossa vida cotidiana, dentre estes modelos está o do corpo impecável, tanto
para homens, mas principalmente para mulheres.
Os corpos dos homens e mulheres devem ter uma
determinada forma: sarados, malhados, coxas grossas para ambos, seios fartos
para as mulheres, barriga trincada, etc., um ideal dificílimo, na maioria das
vezes, impossível de ser alcançado por reles humanos. E para aqueles que ficam
fissurados no modelos photoshopados, a dedicação a uma vida
exclusivamente em academias e uma alimentação a base de produtos que ajudam na
definição de um corpo “bonito”, requer dedicação diária, um virtuosismo corporal.
Muita gente tem reagido a isto, vários artigos e
textos, de qualidade, publicados em sites e blogues, inclusive vários que
tenho o habito de visitar, acionam o sinal vermelho, argumentão
contra a necessidade do modelo corporal fetichista, mostram os
reais interesses capitalistas, comerciais e de alienação por traz da loucura de
se adquirir um corpo “perfeito”.
Mas, mesmo os articulistas sérios, preocupados
com a loucura de se transformar um corpo normal em outro, parecido com o Hulk, sempre batem na mesma tecla, como uma outra
“verdade” absoluta: praticar exercícios, comer bem e manter hábitos saudáveis.
Da mesma forma que a busca de um
corpo photoshopado é impossível sob a ditadura sócio-mercantilista, o
tripé: praticar exercícios, comer bem e manter hábitos saudáveis é uma forma de
padronização e de ditadura.
Por que “devo” dogmaticamente praticar
exercícios? Por que devo, comer bem, aliás, o que seria comer bem quando
vivemos cercados de transgênicos e agrotóxicos? Por que manter hábitos
saudáveis, sob pena de reprovação social, se no meu trabalho, no trânsito, na
leitura diária da grande mídia meu estresse chega a mil?
Uma maneira de se viver, por mais saudável que
possa parecer, não pode e não deve ser imposta a todos como a correta.
Duas coisas para finalizar, a primeira, só
poderemos nos alimentar bem no dia em que os alimentos pararem de ser uma
mercadoria, e isto no capitalismo é impossível. A segunda, não ditem regras de
como devo viver a minha vida, as nossas vidas.
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