Em tempos distópicos, acelerados com a eleição
de Bolsonaro e uma agenda fundamentalista, tanto nos costumes (educação,
religião, etc.) quanto na economia (escola de Chicago), passamos a ter uma
sensação, inclusive física, com o aumento da intolerância e da violência, que
os fins dos tempos chegaram e que a humanidade falhou no seu projeto de
civilização, mas, por incrível que pareça, o buraco é mais embaixo.
Para nós brasileiros, com a possível e
provável extinção de todos os direitos trabalhistas e com o fim da previdência
pública, uma guerra contra a Venezuela, a mando dos EUA, nos transformará num
inferno, portanto, o buraco não tem fim.
Em tempos de desemprego em alta, vislumbrasse
num futuro próximo uma maior escassez dos mesmos com o desenvolvimento de robôs
cada vez mais inteligentes, substituindo a mão cheia os trabalhadores humanos
(1) e forçando os salários para baixo (2).
A cada nova geração de robôs – que pode ser
menor que um ano calendário – mais empregos e mais baixos salários vão sendo
acumulados na conta negativa da humanidade, pois, pelo andar da carruagem da
história nós nos mostramos insensíveis com a condição daqueles mais necessitados,
por isso, guerras, desemprego, fome e doenças não são suficientes para
sensibilizar os 1% mais ricos do planeta (3).
Até em relação ao sexo os robôs já estão competido
com os humanos (4). Portanto, nenhuma profissão hoje existente está livre de
ser substituída por robôs. Até e medicina será mais segura e eficiente – para
os que possam pagar por ela – quando for exercida por máquinas inteligentes e
que não erram.
Por que então haveria a profissão de polícia
ou soldado ficar a salva da evolução tecnológica?(5) Ao contrário, é só da uma
busca no Google que você saberá que países como EUA, Rússia e China estão
investindo maciçamente em soldados robóticos, assim como em drones que de
maneira mais segura e eficiente substituirão soldados humanos.
Soldados humanos são caros, facilmente
eliminados, sofrem com os efeitos das guerras, têm sequelas físicas e mentais, o
que tem como conseqüência gastos elevados com saúde. Enquanto vivos recebem
salários, mortos geram pensão para seus dependentes.
“Como faço para manter a autoridade sobre minha força de segurança
após o evento?“ Esta pergunta foi feita ao pensador Douglas Rushkoff por
um grupo de milionários.(6) E por que foi feita? Por que a “minha força de segurança” é composta por humanos que precisam de
recompensas como salário, proteção, reconhecimento, etc. E quando os robôs
passarem a ser essa “minha força de
segurança”? Todas as recompensas serão desnecessárias, os gastos serão
reduzidos e os lucros aumentarão.
Essas minhas considerações vieram a tona em vista da
reforma da previdência pública que o governo Bolsonaro quer realizar. Na
verdade não se trata de reforma, mais de destruição da previdência pública (7)
que passará a ser parte do butim dos Bancos que sugarão, para nunca mais
devolver, toda a poupança feita pela população, inclusive o FGTS.
Talvez fique fora da reforma os militares e juízes,
talvez, mas é bem provável. Mas um dia, não digo os juízes que são filhos das
elites, mas policiais e militares de baixa patente serão, com certeza,
substituídos por máquinas e não terão mais necessidades de receber a proteção
social que hoje recebem.
Segundo o Ministério da Defesa (8) em 2013 o Brasil
possuía um quantitativo de 359.386 militares, incluindo, Marinha, Exercito e
Aeronáutica e excluídos os policiais militares, quantos destes serão
necessários para conduzir robôs cada vez mais sofisticadíssimos que a cada dia
substituem mais a mais seres humanos? Talvez 10% (por cento) e todos com a
patente de oficiais e altamente capacitados tecnologicamente.
Infelizmente os militares brasileiros –
principalmente os do Exército, que são os que mais barbaridades alardeiam – não
são patriotas. Só uma pequena parte, – sem voz – talvez. E o digo por que – e
esta é a sua maior missão, constitucional inclusive – não protegem as nossas
riquezas. O pré-sal está sendo vendido a preços ridículos; (9) empresas de base
qual a Embraer vendida a Boeing; projetos, como o submarino atômico e os caças
suecos, abandonados; o Aquífero Guarani, que provavelmente será comprado pela
Nestlé, etc., nada é motivo de preocupação dos militares brasileiros, que, com
uma agenda da antiga guerra fria, estão mais preocupados em dizer que a
ditadura de 64 não foi ditadura (10), ao invés de pedirem desculpas ao povo e passarem
a uma nova página da história, invocam fantasmas dos quais deveriam se
envergonhar.
O que deveria diferenciar o militar de outro servidor público ou de um civil era apenas a farda, ou seja, as funções desenvolvidas; sem farda o militar é apenas um cidadão comum como todos nós outros, com desejos, medos, necessidades e humano, demasiadamente humano quanto qualquer um nascido no planeta.
Hoje não, mas amanhã com certeza, os militares serão
excluídos pela elite financeira mundial, e serão descartados, como são os demais
trabalhadores, pelo avanço tecnológico, e ai, sem mais as forças das armas, não
servirão nem para força auxiliar dos EUA (11) quanto mais para defensores de
uma pátria falida.
Ainda há tempo. E o inimigo vem do norte.
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