Todos conhecem Temer. Não é mais
necessário adjetivá-lo. O que penso de Temer é o que todos que o rejeitam
pensam. Só não sabe quem é Temer os que não o querem saber.
Golpista – e traidor – é como vai ser
conhecido pela História. Destruidor de um Estado minimamente preocupado com a
desigualdade social será sua outra face. Inepto, ambicioso, egoísta, corrupto,
etc.
Mas, o que Temer fez, ao indicar
Raquel Dodge para o cargo de Procuradora-Geral da República, e não o primeiro
colocado na lista tríplice do MPF, foi um acerto político. Merece palmas. É
assim que se faz política. Política não é uma competição para se eleger um
Santo que abençoado por Deus vai resolver todos os problemas de um país.
Geraldo Brindeiro, indicado por FHC, por oito anos, foi o sétimo da lista.
E não foi isso que o PT fez, nem em
relação as escolhas dos procuradores-gerais, nem em relação as nomeações para o
STF.
Tivesse o PT aparelhado – sim, todo
mundo aparelha, só não o faz quem é burro – o STF o golpe nunca teria passado.
Mas, não, em nome de um republicanismo alienígena nomeou inimigos dos seus
projetos sociais, dentre outros, Dias Toffoli, Luiz Fux e Joaquim Barbosa.
Os presidentes não tinham assessoria?
Por não consultaram, se eram incompetentes, a AJD?
Onde está escrito que o Presidente da
República deve indicar o primeiro da lista tríplice? Dizem alguns que é um
acordo de cavalheiros desde 2003.
Vejamos os indicados por Lula e Dilma,
o primeiro foi Cláudio Lemos Fonteles, para este eu bato palmas; mas, os
demais, Antonio Fernando de Souza, Roberto Gurgel e Rodrigo Janot, eram pessoas
que (i) não tinha nenhuma simpatia pela plataforma dos governos Lula e Dilma,
(ii) perseguiram o PT e as esquerdas tanto no mensalão quanto na lava jato,
(iii) buscavam dar satisfação das suas ações aos seus eleitores e não a massa
de milhões de eleitores que votaram no governos trabalhista.
Pesquisem sobre esses personagens e
veja como tinham lado. Na verdade, todos nos temos lados. Por isso os indicados
deveriam ter lado, o lado do povo, o lado de um projeto que queiria distribuir
renda, uma coisa mínima, bem longe, muito longe do Estado do Bem Estar na
Europa ocidental.
Um acordo de cavalheiros nos ferrou. A
direita ri. A população sofre. As esquerdas são perseguidas.
Veja no que se transformou o MPF, um
monstro, que sem votos quer engolir a Democracia e o Estado Democrático de
Direito. Procuradores ganhando salários superiores aos permitidos pela
Constituição, perseguindo políticos de esquerda, demonizando a política, etc. É
a essa categoria – repito, sem voto e sem respeito pela Constituição – que os
Governos Lula e Dilma referendavam e abriam mão de um projeto popular?
Juntos, MPF e Moro, através da Lava
Jato, destruíram a economia brasileira.
Por isso Temer fez a coisa certa.
Parabéns pera ele. Lista tríplice que nada. A indicação é exclusiva do
Presidente da República.
Aliás, Temer contou com a ajuda do
Procurador-Geral indicado por Dilma, de forma republicana, e do Supremo, onde 8
dos ministros atuais foram indicados por Lula e Dilma, também de forma
republicana, para abençoaram o golpe de Temer e companhia, que nada teve de
republicano.
No Supremo quem manda é Gilmar Mendes,
indicação perfeita, de FHC, para o projeto tucano de destruição do Brasil. O
homem certo no lugar certo. Independente de quem está na presidência do STF,
todos têm medo de Gilmar e batem palmas – ou calam-se, o que é pior – para as
suas atitudes políticas quem vão de encontro ao que se espera de um juiz minimamente isento.
É a isso que alguns chamam de
republicanismo mamão com açúcar dos governos petistas. Prefiro um nome mais
agressivo, mais forte, malcheiroso, que retrate a burrice dos seus protagonistas,
prefiro republicanismo de merda.
Como pessoas como Eugênio Aragão,
Kenarik Boujikian, Siro Darlan, Tutmés
Airan de Albuquerque Melo, etc., etc., etc., NUNCA foram indicadas para o STF
ou, no caso de Eugênio Aragão, também, para o cargo de Procurador-Geral?
Fosse eu, o Presidente da
República, ao receber a liste tríplice enviada pelo MPF a transformaria em
papel higiênico.